Notícias

A ministra gaúcha que estreou dando o voto de desempate.

O desempenho de Rosa Weber, em sua estreia como ministra do STF, lança expectativas sobre o papel de decisão que a novata possa carregar sob os ombros nos próximos julgamentos. Rosa consagrou-se, na semana passada, como a fiel da balança do Supremo ao dar o voto que manteve a independência do CNJ para investigar magistrados. “A posição da estreante ganhou peso maior por ser praticamente desconhecida da maioria dos demais ministros” – registrou ontem (6) o Brasil Econômico On-line, transmitido de segunda a sexta-feira, das 7h às 21h. Ele oferece conteúdo especializado de economia e finanças, além de informações sobre política, sociedade, esportes, mídia e negócios..

“A timidez, a cautela e a inexperiência, características comuns a qualquer novato, deram o tom do desempenho de Rosa. A juíza gaúcha acompanhou atentamente todos os argumentos lançados por cada umdos colegas e evitou intervir nos momentos mais acalorados do debate” – registra a crônica.
A reserva da magistrada acabou por deixá-la com a responsabilidade de proferir o voto que desempatou.

Houve quem, equivocadamente, definiu-o como “voto de Minerva”. Mas este é dado por quem é chamado para um desempate – em geral o próprio presidente do colegiado quando, originalmente, não votaria.

A avaliação de colegas do Supremo é de que a inexperiência da ministra deva alterar bastante a estratégia de defesas de teses e da própria dinâmica dos debates da corte
 
Rosa Maria Weber Candiota da Rosa chegou a ser alvo de uma certa “catimba” do ministro Marco Aurélio Mello, relator da liminar que limitou o poder do CNJ. Ele questionou com mais clareza se a nova ministra concordava com a formalização de um motivo para que o CNJ requeresse a investigação de um magistrado suspeito por negligência de um tribunal estadual ou regional – ponto que dividiu os votos da corte.

Segundo o saite Brasil Econômico On-line, “Rosa chegou a titubear”. Mas mostrou objetividade após a intervenção de Gilmar Mendes, um dos mais experientes magistrados da casa. Para um dos ministros da corte, a pouca experiência constitucional de Rosa Weber, ainda que ela tenha 35 anos de magistratura, faz com que precise de tempo para se adaptar ao funcionamento do Supremo.

Especialistas, porém, elogiam a conduta da ministra gaúcha em seu voto. “Ela mostrou firmeza, traz sangue novo e alento para outras questões polêmicas que o Supremo votará”, diz Ivette Senise, presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo.

Para Alexandre Coutinho Pagliarini, especialista em Direito Constitucional do Instituto Millenium, embora a primeira participação de Rosa foi positiva. “Todos os Ministros estavam nervosos. A diferença é que, por ser estreante, ela não conseguiu disfarçar”.  

FONTE: Espaço Vital (07.02.12)